quarta-feira, 25 de março de 2015

Barcelona parte III - L’Eixample

L’Eixample: Gaudi, Gaudi e mais Gaudi!

L’Eixample (a extensão) é um grande bairro construído aquando a expansão da cidade de Barcelona, no século XIX. Está cortado ao meio pela Avenida Diagonal e é onde encontramos os edifícios mais modernos e arrojados que marcam a arquitetura da capital.
Começámos a visita a esta área pela deambulação pelo Passeig de Gràcia, avenida cosmopolita onde abundam as grandes (e luxuosas) lojas de reconhecidas marcas, cafés, casas de chá, cervejarias, galerias… e onde os catalães e turistas sobem e descem pausadamente. Os edifícios que enchem a avenida e as ruas perpendiculares são de todos os estilos, feitios e épocas pelo que, quem gosta de arquitetura, abre muitas vezes os olhos e a boca de espanto como quando descobre, meia escondida na carrer d’Aragó, a “nuvem” metálica no topo do edifício da fundação Antoni Tàpies.
Subindo vagarosamente a Gràcia, por aqui encontramos alguns dos mais famosos, e fotografados, emblemas da cidade. O “quarteirão da discórdia” (ou também chamado “mazana de la discórdia” a reverter para o “pomo” da mitologia) é o exemplo da extravagância arquitetónica que reinou na Barcelona do século XIX e início do século XX. Nos números 35, 41 e 43, estão três dos exemplos: a casa Lleó-Morera (1905), a casa Amatller (1898) e a casa Batlló (1906). Na casa Batlló a entrada é cara (perto de 20 euros) e, confesso, que a meu ver, é muito mais engraçada vista do exterior do que no interior. A Amatller permite uma visita ao átrio da entrada sem custos. Já para o interior é necessário reserva e bilhete, pelo que sei nada barato, e das duas vezes em Barcelona, nunca passei do dito átrio.
Já a visita ao interior da casa Milà, uns metros acima na avenida, vale todos os tostões. O bilhete é caro (22 euros). A fila é grande. Mas é, garantidamente, espetacular. Da autoria que Gaudi, tudo é diferente, inovador, inspirador! As varandas, as portas, as pinturas, as escadas, os tectos, o terraço, as torres de ventilação… Por vezes é o fundo do mar. Por vezes é a floresta. É a natureza transformada em bloco de apartamentos. E o terraço… O terraço é incrível. Também se conhece melhor Gaudi e a sua obra, nomeadamente a inspiração para a Sagrada Família, e a loja de “recuerdos” é a tentação em forma de objetos. A entrada é, obrigatória. Mas o tempo consumido dentro desta casa vai ser, com certeza, algum.
Após esta visita, e com olhos e mente saciados, a direção foi para a Sagrada Família. A beleza da catedral é controversa e se está mais perto de um estaleiro de obras ou de uma escultura excelsa, não é para discutir. Por fora quase lembra uma construção de areia. Por dentro é tanto bela como estranha. Mas, pelo menos, não é, de todo, indiferente. Uma vez mais, a entrada é cara (cerca de 30 euros) mas permite uma subida à torre. Se há que economizar, talvez seja de dispensar a entrada.

Seguiu-se o Park Guell, via táxi ou metro pois ainda é longe. Este lugar, no topo de uma colina e com umas vistas magníficas sobre a cidade, é um jardim urbano povoado pelos sonhos de Gaudi. A entrada é livre para circular pelos jardins mas, a área monumental é paga e o preço do bilhete (7 euros) não inclui a casa museu de Gaudi. Solução? Passear pelos jardins, subir ao miradouro, cheirar as flores e esperar o fim de tarde. Após as 18h a entrada é gratuita e ainda tem como privilégio o pôr-do-sol. A desvantagem é que há muita gente com a mesma ideia! Mas o parque, sobretudo a área monumental, é como estar na casinha de chocolate de Hansel e Gretel. Os edifícios são tão coloridos e com uma textura visual que os telhados de suspiros e as paredes de biscoito dão vontade de os trincar. As formas e as cores transmitem a sensação de estar em diferentes ambientes naturais, reais ou oníricos, e parecem que nos transportam a um imaginário infantil e feliz. As escadarias, as colunas, os portões, os mosaicos, os dragões, os telhados, os recantos e os caminhos, tudo é belo de ver e de fotografar e, sem querer, colocam sorrisos em quem por lá está.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Barcelona - Parte II (As Ramblas)

Caminhar… e ver!

Com três dias em Barcelona leva-se uma boa ideia da cidade. Claro que cinco dias são o ideal para uma visita com ida à praia e aos arredores. E uma semana passa-se muito bem se incluirmos umas visitas dentro de portas.
Barcelona tem quatro zonas principais (e a não perder) cada uma delas com encantos distintos e particulares: Las Ramblas e o bairro Gótico, Montjuic e Raval, Port Vell e La Ribera e L’Eixample. Nesta visita, espreitámo-las todas. E o que se lê nas próximas linhas são apenas experiências que poderão servir como uma sugestão de "trilho de migalhas".

Pelas Ramblas…
Começámos a visita pela obrigatória descida das Ramblas desde a praça da Catalunha até ao mar.
As Ramblas são um passeio público pedonal que nos leva ao Passeio de Colom, junto à frente marítima. De um lado e do outro há inúmeras lojas, hostals, cafés, pastelarias, botecos, teatros, igrejas... um enfim de tudo! Mais do que isso, há edifícios originais e engraçados pelo que é quase obrigatório levar o nariz bem levantado e os olhos no ar. Com isto há que ter cuidado para não deixar passar o mosaico de Mirò no chão, os chafarizes ou os pequenos mercados de flores. E também há que ter em atenção as mochilas e carteiras quando se pára, aqui ou ali, a ver um craque a dar uns toques na bola, um homem estátua ou uns quaisquer dançarinos de tango.
Quase a meio da descida, aproximadamente um quarteirão antes do teatro do Liceu, está um dos melhores lugares que Barcelona tem para oferecer – o Mercado La Boqueria. Meio escondido, com uma bela entrada em ferro fundido, lá dentro é uma loucura de cores, cheiros e sabores, de locais e estrangeiros, de compradores e visitantes. É a alegria dos fotógrafos… E uma boa opção para trincar qualquer coisa, se bem que os preços são algo desencorajadores.
Chegando à frente marítima, na Praça del Portal de La Pau, encontrámos a estátua de Colombo de dedo em riste e olhos no mar. Há que caminhar um pouco pela frente marítima, descansar, apanhar sol e seguir, pela via Laietana ou qualquer outra rua paralela, rumo à catedral, sem esquecer de fazer uma paragem na praça de Saint Jaume (para ver o palácio do governo regional ou o São Jorge matar o dragão) ou na praça do Rei (para refrescar a alma numa esplanada). Chegando à Catedral há que sentir a azáfama exterior, com os bailarinos de breakdance e outras performances de rua, e, pagando, visitar o interior da Catedral, com a possibilidade de subir ao telhado. Dar a volta pelo exterior da Catedral e observar o quarteirão que está cheio de recantos fantásticos.
Passando por este ponto, é mergulhar nas ruas estreitas e emaranhadas do Bairro Gòtic. Olhar, deambular, maravilhar-se, perder-se e, se for possível, comprar! A praça de Pi é um bom local para recuperar forças e encaminhar-nos de volta às Ramblas.









Translating... Or trying to!

Walk ... and see!
Three days in Barcelona it gives a good idea of ​​the city. Of course, five days are ideal for a visit with trip to the beach and the surrounding area. And a week its fine if we includes some indoor visits .
Barcelona has four main areas (and not to be missed) each with distinct and particular charms: Las Ramblas and the Gothic Quarter, Montjuic and Raval, Port Vell and La Ribera and L'Eixample. On this visit, espreitámo them all. What is written in the next lines are just experiences that may serve as a "crumb trail" suggestion.
Las Ramblas ...
We started the visit by the mandatory Ramblas from the square of Catalonia to the sea.
The Ramblas is a pedestrian promenade that leads to the Passeig de Colom, near the seafront. On one side and on the other there are numerous shops, hostels, cafes, bakeries, pubs, theaters, churches ... More than that, there are original and funny buildings and it is almost obligatory to take eyes wide open. With this we must be careful not to pass up the mosaic of Miro on the floor, the fountains or small flower markets. And we must also take into account the backpacks and wallets when it stops here and there, to see an ace to give some touches on the ball, a man or a statue any tango dancers.
Almost half the path, approximately one block before the Liceu theater, is one of the best places that Barcelona has to offer - La Boqueria Market. Half hidden with a beautiful entry into cast iron, there is a color madness, smells and tastes of local and foreign buyers and visitors. It is the joy of photographers ... and good for a bite, although the prices are somewhat discouraging.
Coming to the seafront, in the Plaza del La Pau Portal, we found the finger of the Columbus statue with eyes on the sea. We must walk a little by the seafront, resting, sunbathing and then follow via Laietana or any other side street towards the Cathedral, without forgetting to make a stop in the square of Saint Jaume (to see the palace of the regional government or the St. George slaying the dragon) or the King's Square (to refresh the soul in a terrace). Arriving at the Cathedral there that feel the bustle outside, with the dancers of breakdance and other street performances, and paying, visit the interior of the Cathedral, with the possibility of climbing to the roof. It´s a must do gto go around the outside of the cathedral and see the block that is full of fantastic places.
Going through this point, is sumerge in the narrow, tangled streets of the Gotic Quarter. Look, walk, marvel, be lost and, if possible, buy! The Pi Square is a good place to recover strength and send us back to the Ramblas.

domingo, 1 de março de 2015

Barcelona: Correr a cidade (literalmente). Parte I


Prelúdio
Barcelona é uma das minhas cidades favoritas na Europa. Tem história, cultura, boa comida, movida e mar! Quando a tenho que descrever, sobretudo em oposição a Madrid, costumo dizer sempre o mesmo: “Barcelona é uma cidade de exterior.” Barcelona vive-se e sente-se nas ruas. Barcelona passeia-se e respira-se. Barcelona vê-se de fora para dentro.

A nossa ida a Barcelona veio com uma desculpa – correr a meia maratona. Estávamos envolvidos com os planos para a grande viagem de verão (e a poupar todos os tostões para ela) quando o David se sentiu impelido a ir correr mais uma meia maratona… mas a Barcelona! Não foi difícil convencer-me… E a mais dois… Juntava-se o dia de São Valentim e era a combinação perfeita. E lá fomos, por três dias, sentir a brisa catalã.

Mas passemos à descrição da jornada, dicas e informações que é o propósito deste texto.

Ir… e dormir!
As viagens ficaram a cargo da Ryanair. Compradas em janeiro, a apenas um mês da partida, ficaram por sessenta euros - partida cá da terrinha (Porto) e respetivo regresso, para o aeroporto de El Prat em Barcelona e sem bagagem de porão. Mas compradas com antecedência ficam muito mais baratas. Há uns aninhos atrás, tinha lá ido por metade do valor!

Como éramos quatro e queríamos aproveitar a manhã para calcorrear a cidade, era mais rápido assentar arraiais alugando um táxi do que optar por um autocarro. O valor do táxi rondou os trinta euros. Existe um aerobus, que usei na minha viagem anterior, que termina na praça da Catalunha. Penso que na altura paguei cerca de seis euros.

Quanto ao hotel, e porque era data de relevância, escolhemos um espaço requintado (para os nossos padrões), moderno e central, que nos facilitasse a deslocação a pé.
A opção recaiu no Eurostars Cristal Palace.

Não é um hotel económico, pagámos cerca de oitenta euros por noite com pequeno-almoço, mas o que se poupa nas deslocações é considerável. Os quartos são muito confortáveis, o pequeno-almoço é excelente e a localização é muito boa. Fica mesmo próximo do Paseo de Grácia, área chique das marcas de moda internacionais, junto ao “quarteirão da discórdia” onde ficam as casas Batlló (nº43), a Casa Amatller, imediatamente ao lado, e a Casa Lleó i Morera, e a poucos minutos a pé da casa Milà (La Pedrera). Com dez minutos de caminhada, estamos na praça da Catalunha.

Mas é possível dormir bem e muito mais barato por estes lados. A oferta é muita e variada.



Translating... or trying to.

Prelude
Barcelona is one of my favorite cities in Europe. It has history, culture, good food, "la movida" and sea! When I have to describe, especially in oposition to Madrid, I usually  say the same: "Barcelona is an outside city." Barcelona is lived in the streets.  Barcelona is seen from the outside.

Our trip to Barcelona came up with an excuse - run the half marathon. We were involved with the plans for the big summer trip (and saving every penny for it) when David felt compelled to go run another half marathon ... but at Barcelona! It was not hard to convince me ... And two more ... gathered up the Valentine's Day and it was the perfect combination. And there we were, for three days, to feel the Catalan breeze .

But now, some tips and information. Because that is the purpose of this text.

To go... and sleep!
The trips were Ryanair´s. Purchased in January, just one month of departure, we payed sixty euros - starting here from my country (Porto) and respective return, to the El Prat airport in Barcelona (without hold baggage). But purchased in advance are much cheaper. A few years ago, i payed half the value!

As a four group was faster settle down renting a taxi than opting for a bus. The value of the taxi was around thirty euros. There is an Aerobus, which I used in my previous trip, which ends in the square of Catalonia. I think at the time I paid about six euros.

As for the hotel, and because it was date of relevance, we choose an exquisite space (by our standards), modern and central, that facilitates us to walk to centre.
The option was at the Eurostars Cristal Palace.
http://www.eurostarscristalpalace.com

This is not an economic hotel, we paid about eighty euros per night with breakfast, but what is saved in deslocations is considerable. The rooms are very comfortable, the breakfast is excellent and the location is very good. It is right near the Paseo de Gracia, chic area of ​​international fashion brands, with the "block of discord" where are the Batlló house (nbr 43), Casa Amatller, immediately adjacent, and the House Lleó i Morera, and a few minute walk from the house Mila (La Pedrera). With ten minute walk you are in the square of Catalonia.

But you can sleep well and much cheaper in these parts. The offer is plenty and varied.

E no princípio era... a viagem.

Há um ano atrás, aproveitávamos os dias de chuva, os fins-de-semana, os pedaços livres na nossa vida para mergulhar na net, pesquisar, ler, pesquisar, ver, pesquisar, pesquisar, pesquisar...
Para além de um projeto de férias, o nosso mapa de viagem deu-nos um objetivo para os dias cinzentos… e para os dias soalheiros… e para acordar e ir trabalhar… e para conversar… e para discutir… e para aprender!
Desde logo cedo, ao palmilhar virtualmente os trilhos dos que antes de nós se aventuraram, ficámos com a vontade fazer um blog onde também pudéssemos dar uma ajuda aos que se seguiriam e, claro, divulgar a nossa aventura.
Fomos (e voltámos) e adiámos, inevitavelmente, a ideia. A coleção de dicas, pesquisas, memórias que foram compiladas continuavam à espera de ver a luz. Até que se tornou obrigatório. A vontade de partilhar o nosso entusiasmo pelo desvendar do mundo falou mais alto.
“A Jump to Paradise” pretende ser isso mesmo, simples e despretensiosamente, ajudar quem queira e possa, a dar um salto até ao paraíso.

Boas Viagens!


Translating... or trying to.

In the beginning ... was the journey.
A year ago, we took advantage rainy days, the end-of-week, free hours in our lives to dive on the net, search, read, search, view, search, search, search ...
In addition to a holiday project, our travel map gave us a goal for the gray days ... and for sunny days ... and to wake up and go to work ... and to talk ... and to discuss ... and to learn!
Since early, virtually to tread the tracks of thoose before we ventured, we got the will to do a blog where we could also give help to those who follow and of course disclose our adventure.
We went (and we returned) and we postponed the idea. A collection of tips, research, memories that were compiled still waiting to see the light. Until it became inevitable. The willingness to share our enthusiasm for the unveiling of the world spoke up.
"The Jump to Paradise" is intended to be just a help those who want and can to take a leap to the paradise.

Happy Travels!